Veículo que já levou presidentes agora é paixão de colecionadores.
O Opala já foi carro de presidentes e altos executivos e por muitos anos era sinônimo de alto luxo no Brasil. Tinha alcunhas imponentes, como Gran Luxo, Diplomata e Comodoro, e chegou a ser o veículo mais caro do mercado nacional. Também já mostrou sua potência em corridas de Stock Car e foi o veículo envolvido em um episódio marcante da história do país, o acidente que matou o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Em 2008, o velho Opalão comemora 40 anos de vida, reunindo uma legião de saudosistas e uma coleção de histórias.
Os diversos clubes de colecionadores de Opalas espalhados pelo país nem precisam esperar pelo aniversário do carro quarentão para comemorar a paixão pelo veículo.
Durante quase 24 anos, cerca de 1 milhão de Opalas foram produzidos no país, de acordo com a General Motors/Chevrolet. Foi o primeiro carro fabricado na unidade de São Caetano do Sul (região industrial do ABCD paulista) da montadora. "A primeira paixão nacional por um carro veio com o Fusca. A segunda foi o Opala", destaca Roberto Pacheco Rocha Junior, que já teve uma revendedora de Opalas e hoje trabalha com peças de reposição do veículo. Sempre que pode, ele desfila com seu Opala de 1970, um dos primeiros a ser produzido no país, totalmente restaurado com peças originais cromadas.
A procura dos colecionadores por Opalas antigos faz aumentar o valor dos carros em bom estado de conservação. É possível encontrar Opalas sendo vendidos por até R$ 30 mil - mais caro que muitos veículos zero quilômetros. A dificuldade em encontrar peças originais ajuda a aumentar o índice de roubos de Opalas, o que, conseqüentemente, reflete no valor do seguro do carro (até R$ 3 mil).
Quem tem um Opala garante que o esforço vale a pena. É o caso do funcionário público Jaime Queiroga, que tem quatro modelos diferentes em sua coleção: um cupê da série especial de 1975; um preto, que pertenceu ao exército brasileiro, de 1976; um Diplomata de 1991; e sua maior raridade, um Opala Rosa-Pantera, série limitada lançada em 1974 pela GM para agradar ao público feminino. "Após quatro anos procurando por este modelo consegui encontrar um Opala rosa no Mato Grosso", conta QUeiroga. "O dono só me vendeu depois que assinei um termo prometendo que não iria mudar nada no carro."
Uma breve história do Opala
O veículo foi lançado nas versões Opala e Opala de Luxo, com quatro portas e motores de 4 ou 6 cilindros, com o assento dianteiro interiço (permitindo seis passageiros no interior do veículo), câmbio junto ao volante e o freio de mão sob o painel.
Novas versões foram desenvolvidas nos anos seguintes. O Opala cupê apareceu em 1971, seguido pelo Opala SS (Separated Seats, ou seja, assentos separados), de 1970, dividia o assento dianteiro e dava um toque mais esportivo para o carro.
O carro foi sendo reestilizado nos anos 70, com a chegada do Opala Comodoro para substituir o Gran Luxo, e o esportivo 250S, com motor de 153 cavalos.
Nas provas de Stock Car
Em
1979, o Opala entrou como carro oficial das corridas de Stock Car, no
lançamento da categoria. Ficou na Stock Car até 1986. "Corríamos com
carros com motores de seis cilindros de 4,1 litros", explica Francisco
Carlos Gimenez, o Chiquinho, que também participou de provas das Mil
Milhas correndo com um Opala. Um protótipo monobloco do Opala foi usado
de 1990 a 1993, quando deu lugar ao Omega. Hoje, a categoria usa
Tubular Astra Sedan, Mitsubishi Lancer, Volkswagen Bora e Peugeot 307
Sedan.Em 1980 surgiu o Diplomata, top de linha, que três anos depois ganharia câmbio de cinco marchas. Em 1990 chegou ao mercado o Opala com motor de 4,1 litros, também com versão a álcool. Em abril de 1992, com a abertura do mercado brasileiro para os carros importados, a produção do Opala foi encerrada.
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